terça-feira, 28 de março de 2017

LISBOA-COIMBRA-LISBOA


Entrámos na Semana da Leitura em muitas bibliotecas e escolas (a «Semana da Loucura», como eu costumo dizer) e uma pessoa não tem mãos a medir. Daqui a pouco, parto para o meu querido Norte: amanhã estarei em Vila do Conde, depois em São João da Madeira e, para terminar, em Coimbra. No sábado, 1 de Abril, véspera do Dia Internacional do Livro Infantil, visito a Casa da Escrita (16h00), respondendo a um amável convite do município, para falar de livros para os mais novos e e não só. Gostava que aparecessem, porque a ideia não é transformar a coisa num monólogo. Deixo-vos, para já, com esta questão: em vez de querermos cultivar hábitos de leitura, porque não ensinamos as crianças e adolescentes a gostar de livros, uma das invenções humanas mais fantásticas de sempre? Eu levo alguns na bagagem, para exemplificar. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

ONDE MORAM AS CASAS OU OS SONHOS COMUNICANTES


Uma grande amiga e uma grande jornalista, cujo nome não refiro aqui porque não sei se ela gostaria, está prestes a realizar um dos meus maiores sonhos: viver fora de Lisboa, perto da praia, numa casa térrea com espaço à volta (não, não é essa que está na fotografia... queriam!). Tem um filho adolescente que cria praticamente sozinha, a família no Norte e, como se costuma dizer, «pouca rede de apoio». São coisas que partilhamos, as duas últimas. Tem, acima de tudo, uma grande coragem, capacidade de se adaptar às circunstâncias e valores mais sólidos do que o Rochedo de Gibraltar. «É muito trabalhadeira», como se diz lá em cima. Em suma, é uma grande mulher de quem espero ser amiga até que a vida o permita (ela diz que, às vezes, parecemos os velhos d'Os Marretas, sempre a rezingar à volta das mesmas coisas - os gajos, o dinheiro, o trabalho, as chatices do jornalismo -, etc., mas eu sei que isso não é mais do que um elogio à nossa resiliência).

Agora, o curioso desta história é que, durante anos, a minha amiga nunca prestou atenção ao lugar onde vai morar agora, o lugar dos meus sonhos, ao qual se chega por uma estrada cheia de curvas, entre pinhais e cheiro a maresia. Pelo contrário, dizia-me: «Ah, mas tu fazes 50 quilómetros para cá e para lá quando tens praias mais perto de Lisboa?» Eu encolhia os ombros e respondia: «Faço. Faço porque é ali que me sinto bem durante um dia inteiro, e ao pé disso o que me importa a gasolina?» Ela suspirava: «Não te entendo.» E assim continuávamos nas nossas «marretices».

O tempo passou e a vida deu-lhe uma grande volta, e quis a sorte que ela arranjasse um emprego no lugar dos meus sonhos, para onde está prestes a ir viver junto com o filho. Não lhe saiu o euromilhões, não recebeu nenhuma herança, não encontrou o homem da vida dela, com carro e casa posta. Teve apenas um pouco de sorte e um conjunto de circunstâncias a seu favor que lhe permitiram aplicar a máxima de Arquimedes: «Dêem-me um ponto de apoio e eu levantarei o mundo.» Fico mesmo muito feliz por ela, tenho muitos defeitos mas não a inveja, seguramente. Merece tudo, esta miúda da minha idade. E acho engraçada a forma como o meu sonho contagiou a vida dela, inconscientemente.

Falta-me ainda um ponto de apoio para conseguir viver numa casa assim como a da fotografia, que simboliza quase tudo o que valorizo. Talvez morra sem nunca lá chegar, mas continuo a procurá-lo. «Enquanto há força», como diz a canção, hei de continuar a procurá-lo. E pergunto-me, em jeito de FC e parafraseando Philip K. Dick («Do androids dream of electric sheep?»). Será que, neste momento, alguém está a sonhar o sonho onde eu hei de morar, um dia? Quem sabe.    

sábado, 25 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL 2017


«Continuamos a crescer, e o mundo à nossa volta torna-se mais complicado. Enfrentamos questões a que nem os adultos sabem responder. No entanto, é importante partilhar dúvidas e segredos com alguém. E aí o livro volta a ajudar-nos. Muitos de nós terão um dia pensado: este livro fala sobre mim! E a personagem favorita parece ser igual a nós. Tem problemas semelhantes, e resolve-os com dignidade. E há outra personagem que não é igual a ti, mas tu gostarias de seguir o seu exemplo, de ser tão corajoso e desembaraçado quanto ela.»

(Excerto do texto que celebra o Dia Internacional do Livro Infantil, este ano assinado pelo escritor russo Sergey Makhotin (n.1953), com tradução do inglês por Maria Carlos Loureiro e publicado integralmente pela DGLAB, aqui. O cartaz de 2017 é da autoria de João Fazenda, vencedor do mais recente Prémio Nacional de Ilustração)

P.S. - Daqui a uma semana, o Dia Internacional do Livro Infantil será também celebrado na Casa da Escrita, em Coimbra, e esta vossa amiga lá estará para botar faladura e suscitar o debate de ideias. Sábado, 1 de Abril, às 16h00. Até lá!

quarta-feira, 22 de março de 2017

VAMBORA COM ADRIANA CALCANHOTTO



Sim, esta selfie é mesmo com a maravilhosa Adriana Calcanhotto e foi tirada na Casa da Escrita, em Coimbra, onde o último sábado foi dedicado ao workshop «Escrita e ilustração: literatura para a infância». Na mesa, além de Adriana Calcanhotto (na qualidade de professora convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, entidade organizadora do encontro), estão três ilustradores: André Letria​, Inês Prazeres e Élia Ramalho, esta última também na foto preparatória da parte prática do workshop. A moderar a mesa, para um público muito interessado que esgotou os lugares, esteve a Doutora Ana Maria Machado, professora da FLUC. Só tive tempo de ouvir a parte final do debate, mas valeu muito a pena!

Sábado, 1 de Abril, em vésperas do Dia Internacional do Livro Infantil, lá estarei também em Coimbra para falar dos livros para os mais novos. Ui, quem me dera ter assim a casa cheia!

domingo, 19 de março de 2017

QUARTEL-GENERAL EM ABRANTES


Saber receber é uma arte. A convite da Biblioteca Municipal António Botto, passei um dia excelente em Abrantes, onde fiz duas sessões para os leitores mais novos. A primeira, para crianças do 4º ano do 1º ciclo, à volta do Onde Moram as Casas; a segunda, para estudantes do 10º ano, tendo por mote o Irmão Lobo, na Escola Secundária Solano de Abreu. A professora de português ficou doente e, em consequência, vieram duas turmas que nunca tinham ouvido falar do livro. Por estranho que pareça, gosto quando isto acontece. Se falar para adolescentes já é um desafio, falar "sem rede" é quase uma missão suicida. Improviso, sinceridade e um bocado de sorte resolveram o que, pelo menos para mim, nunca seria um problema. Afinal, ninguém sabe quem são realmente os leitores, certo? Obrigada à Biblioteca AE nº1 de Abrantes pelo comentário sobre o Irmão Lobo

«De uma profundidade comovedora, a obra, sobejamente premiada e traduzida em várias línguas, apresenta um tema atual e propõe uma reflexão indispensável sobre as famílias em desagregação. Uma mesma personagem, a duas vozes e dois tempos, narra uma história que bem podia ser a de um de nós, a de muitos dos nossos adolescentes.
Sensibilidade e muito humor à mistura transformaram este encontro numa conversa inesperada, deliciosa e, sobretudo, irreverente.»

segunda-feira, 13 de março de 2017

IRMÃO LOBO NAS FINAIS DO CONCURSO NACIONAL DE LEITURA 2016/2017


Excelente notícia: Irmão Lobo (Planeta Tangerina, 2013) é o livro português eleito para a prova final dos alunos do 3º Ciclo das escolas da Área Metropolitana de Lisboa que participam na 11ª edição do Concurso Nacional de Leitura 2016/17, uma iniciativa do PNL - Plano Nacional de Leitura. Trata-se de uma área enorme que abrange 18 municípios da Grande Lisboa e da península de Setúbal; e todos os alunos seleccionados se encontrarão nas provas finais que decorrem em Sintra, município escolhido para receber o concurso, no Centro Cultural Olga Cadaval, a 2 de Maio. Alguém vai ter de ganhar, e Irmão Lobo até gostaria que todos ganhassem, mas distribui boa sorte em doses massivamente iguais. O livro estrangeiro que também chegou à final é o curiosíssimo e maravilhoso romance de John Boyne, A Coisa Terrível que Aconteceu a Barnaby Brocket (Bertrand, 2013), o autor do best-seller O Rapaz do Pijama às Riscas. Irmão Lobo não podia estar melhor acompanhado. É uma honra! 

sábado, 11 de março de 2017

EM NOME DA FILHA: ENTREVISTA AO DN


Vamos começar pelo fim. Ao publicar este livro acredita que a violência na intimidade terá fim?
Não, pelo menos no meu tempo, não terei a sorte de assistir a isso. Mas temos de lutar para reduzir números que nos envergonham e, sobretudo, ampliar a consciência das gerações que estão em formação. A minha intenção, como jornalista e escritora, foi trazer informação relevante a um problema muito difícil de compreender. Como tudo o que envolve o humano.

O estudo mais aprofundado da questão faz com que esteja mais atenta no dia-a-dia ao que as "telhas escondem"?
Talvez. O conhecimento das coisas abre duas portas: primeiro, a da consciência. Depois, a da atuação, da intervenção. Tenho a certeza de que, se todos tentássemos perceber o que é a violência doméstica, todos estaríamos mais atentos. A prevenção é fundamental. 

Como se explica que após uma revolução nos alegados brandos costumes portugueses nas últimas quatro décadas esta violência se mantenha na ordem do dia?
Não acredito na teoria dos brandos costumes. Somos um povo ameno e pacífico, mas no que toca aos costumes podemos ser muito truculentos, porque é preciso pensar nos séculos que antecedem essas “últimas quatro décadas” que refere. A violência, aqui como no resto do mundo, está na ordem do dia, e exerce-se contra os mais fracos: mulheres e crianças. O último relatório Organização Mundial de Saúde diz uma em cada três mulheres vai ser vítima de agressões físicas, psicológicas e sexuais pelo simples facto de ser mulher.

Os portugueses foram surpreendidos recentemente com a violência no namoro. Esta é uma atitude que não tem limites em tudo o que diz respeito à relação entre pessoas? 
Foram surpreendidos pelos dados de investigação quanto à violência no namoro, porque esta sempre existiu. Nota-se, por um lado, uma embriaguez do poder por parte dos rapazes, imitando os piores exemplos que veem no mundo e, por outro, uma falta de rede de apoio para as raparigas terem consciência de que nada disto "é normal" e aceitável. Para ambos, rapazes e raparigas, estes dados revelam uma manifesta incompreensão do que é - já nem digo o amor! - mas uma relação afectiva plena e sadia, na qual ferir o outro, conscientemente, é algo intolerável.

A premeditação está sempre na base destes atos violentos?
Isso já é matéria de investigação criminal. Muitos agressores agem premeditadamente, outros por impulso e incapacidade de gerir as suas tensões internas. Uma coisa é certa: a violência não surge do nada. Há todo um historial, individual e familiar, que conduz à agressão. O pior é quando esta se banaliza.

Do que viu e ouviu, considera possível ultrapassar-se a passividade que decorre da violência psicológica contínua ou estamos apenas perante uma violência ainda maior?
Do que vi e ouvi, os relatos são coincidentes: a violência psicológica chega a ser mais marcante do que a violência física. Há palavras e ações que têm um efeito devastador na psique humana, especialmente quando são praticadas de uma forma sistemática e ritualizada. Lembro-me do caso de uma senhora cujo marido lhe exigia que tivesse o jantar pronto às sete da tarde, senão recusava-se a comer e atirava o prato para o chão. Isto é de uma humilhação brutal. É claro que, quando há agressão física, a violência psicológica está inerente, é o desrespeito pelo corpo do outro, pela totalidade do seu ser. Mas a violência psicológica ocupa um espaço tremendo no esquema mental e emocional da vítima. É insidiosa e muitíssimo destrutiva.  

Refere a perpetuação do ciclo da agressão. Está a ser contrariado pelas novas gerações?
Uma coisa é o ciclo da agressão numa relação conjugal, que obedece a um comportamento mais ou menos padronizado. Há uma escalada de tensão, há o explodir dessa tensão que desemboca na violência, e há a fase de acalmia, que mais não é do que um prelúdio do recomeço do ciclo. Outra coisa é o perpetuar de uma visão distorcida das relações de intimidade, em que há sempre um dominador e um dominado, e a violência torna-se admissível. Desde logo, porque não é entendida como violência! O estudo recentíssimo da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), sobre violência no namoro, é muito preocupante.    

Chocou-a ter de colocar a palavra "puta" tantas vezes nesta narrativa?
Chocou-me em que sentido? «Puta» é um dos insultos mais frequentes nos casos de violência relacional, não só entre adultos como adolescentes. Reproduzi o que ouvi, como era meu dever de jornalista, dentro de um contexto e de um enquadramento. Numa reportagem sobre violência doméstica seria absurdo usar floreados.

O atual papel da comunicação social e das redes sociais está a destruir os mitos da misoginia ou é complacente? 
A misoginia não é um mito, é uma realidade bem inculcada que se manifesta de mil e uma maneiras. Desde o comentário de café que rebaixa as mulheres, «as gajas que são isto ou aquilo», até aos casamentos impostos a meninas de 11 anos  ou às vinganças «de honra» que permitem a um homem atirar ácido sulfúrico para a cara de uma mulher, sem que daí venha nenhum mal ao mundo.

Ainda se pode acusar a Igreja de colaborar no encobrimento destas práticas ou só se o pode fazer em relação à família?
Não sei responder a isso. As mentalidades são sempre o mais difícil de mudar, e na sociedade portuguesa essas duas instituições têm um peso enorme. Para a maior parte das pessoas, quando a violência doméstica lhes bate à porta, o sentimento predominante ainda é a vergonha. É melhor varrer para debaixo do tapete do que sacudi-lo cá fora. Mais do que acusar, temos de ouvir e agir. Tudo menos silenciar, porque a violência doméstica alimenta-se muito do silêncio e do isolamento.

Uma situação que este ensaio foca é o da repercussão nos filhos. Não é um lado sempre demasiado ignorado?
A violência doméstica em que as vítimas são as crianças e os adolescentes daria tema para outra reportagem. É preciso compreender que são sempre vítimas, mesmo que não levem estalos ou murros. Porquê? Porque percebem que não podem fazer nada nas guerras dos adultos – não é o seu papel, de resto – e essa sensação de impotência é desorganizadora e paralisante. Depois tudo se reflete, seja nos comportamentos hiperactivos e agressivos, seja numa interiorização recalcada de emoções muito fortes. Espanta-me a forma como os adultos falam à frente dos filhos, achando que eles não percebem nada só porque são crianças.

Esta questão está na ordem do dia. Foi o que a fez despertar para o problema?
Em parte, sim, mas a família é um dos meus temas literários – para não dizer que é «o» tema. Quis compreender os comportamentos, as motivações, as repercussões e alguns meandros que existem por trás das famílias disfuncionais. O que se sabe sobre a violência doméstica é realmente pouco. Sabemos dos casos pelos jornais, pela rádio, pela televisão, mas muito na perspectiva do efeito de choque, não da compreensão do fenómeno. Isto gera um efeito perverso, que é de não irmos além da superfície. Acabamos por nos cansar e desligamos, género «Olha, foi mais uma que morreu!»

Foi-lhe difícil a recolha dos depoimentos?
Não tive dificuldade nos contactos, porque garanti anonimato e o nome da Fundação Francisco Manuel dos Santos é sinónimo de credibilidade. Mas foi difícil ouvir, desgravar, ler, reler, sublinhar e depois escrever. Comovi-me muito ao escrever. Mas creio que não há ponta de lamechice neste trabalho.

Admite investigar o outro lado da questão, o da violência sobre os homens?
Claro. Ainda agora comecei.

A maior parte da sua obra é no livro infanto-juvenil. A partir de agora o tema da violência na intimidade impor-se-á como pano de fundo ou fica por este Em nome da filha?
A minha obra literária tem sido sempre no livro infanto-juvenil, mas o tema da família é quase omnipresente: no Onde Moram as Casas, no Irmão Lobo, no Amores de Família, sobretudo. Sinto que esta reportagem em forma de livro abre um ciclo novo, mas não sei o que vai acontecer. Só sei que não quero deixar de escrever. Como os meus livros irrompem de uma forma muito ligada ao inconsciente, muito orgânica, é provável que este tema regresse, mesmo que eu não queira. 


(Texto completo da entrevista conduzida por João Céu e Silva para o Diário de Notícias de 22/2/2017, cuja maior parte foi publicada aqui. Não tenho fotos. A imagem acima pertence à entrevista ao jornal i, publicada no mesmo dia e conduzida por Marta F. Reis: aqui. A foto é de Paulo Sousa Coelho.)

quinta-feira, 9 de março de 2017

HOJE: TERTÚLIA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


«A violência doméstica, ou de forma mais abrangente a violência contra a mulher é um assunto que nos diz respeito a todos, mulheres e homens. Infelizmente em Portugal, os dados demonstram que os casos de violência doméstica não têm decrescido. Um estudo recente sobre violência no namora revela, igualmente, dados preocupantes. O livro Em Nome da Filha, que acaba de ser editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, servirá de mote para mais esta conversa informal de fim de tarde. Para partilhar connosco os seus conhecimentos e experiência teremos: Carla Maia de Almeida (jornalista e escritora, autora do livro Em Nome da Filha; Chefe Rodrigues (agente de proximidade); Patrícia Torres (técnica de acção social da Junta de Freguesia dos Olivais).»

Hoje, das 18h30 às 20h30, no espaço Anagrama - Oficina de Sonhos (Av. de Berlim, 35C, Lisboa). Entrada livre.

EM NOME DA FILHA: APRESENTAÇÃO E DEBATE



Registo em video da apresentação do Em Nome da Filha no Auditório do Liceu Camões, a 22 de Fevereiro de 2017, com Manuel Luís Goucha (inspiradíssimo), Elisabete Brasil (UMAR), Ana Brandão (actriz) e moi-même. António Araújo, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, moderou e fez as honras da casa. Que esteve cheia. Obrigada a todos!