terça-feira, 14 de abril de 2015

LIVROS DE MÃO EM MÃO


Há títulos que se desdobram em tantos sentidos que se tornam matéria viva e fervente, irradiando entre a capa e a contracapa. O Leitor Escreve Para que Seja Possível, livro que reune os textos de Manuel Gusmão e Eduardo Prado Coelho com as fotografias de Duarte Belo, faz parte dessas obras que perturbam ao primeiro olhar, à primeira leitura. Perdoem-me a ousadia, mas não encontrei outra forma de transmitir, por palavras semelhantes, a minha ideia de «mediação leitora», tema do segundo Encontro de Literatura para a Infância e Juventude, organizado pela Escola Superior de Educação de Lisboa e marcado para o dia 23 de Maio, na ESE. Onde se pretende reflectir sobre «os diferentes modos de dar a conhecer a literatura infantil aos mais novos» e dar a palavra a quem continua, de muitas formas, «a tradição ancestral de contar e partilhar histórias.» Cristina Taquelim, António Fontinha e Álvaro Magalhães são alguns dos nomes presentes; para ler melhor o programa acima é só clicar aqui. As inscrições para o público em geral custam apenas 10 euros e podem ser feitas aqui, até 20 de Maio. Até lá, permitamos que tudo seja possível:

«Que significa ler? Etimologicamente, aquele que lê é aquele que escolhe, que vai colher na árvore dos textos os frutos escolhidos: ler é eleger, escolher as palavras que emergem do fio do discurso, dar-lhes o brilho e a cor que lhes convêm, e por isso todo o leitor é um eleitor, e não há leitura sem uma política de leitura, e não há verdadeira leitura sem uma democracia da leitura.»

(in O Leitor Escreve Para que Seja Possível, de Manuel Gusmão, Eduardo Prado Coelho e Duarte Belo, Assírio & Alvim, 2001)

Sem comentários: