domingo, 22 de maio de 2011

O QUE PENSA UMA CRIANÇA DEPOIS DE LER?

Na entrevista concedida à Lusa, Violante Saramago Matos, filha de José Saramago e da pintora Ilda David, explica as razões que a levaram a escrever – e ilustrar – um livro para crianças. E chama a atenção para o que entende serem duas particularidades intrínsecas a esta produção literária. O primeiro tem a ver com a necessidade de criar “uma linguagem sedutora”, que contribuirá para a construção (ou afastamento) do leitor; mas parece-me que essa ambição se pode aplicar a qualquer forma de literatura. O segundo aspecto é muito mais específico e remete para a dimensão político-ideológica dos livros para crianças, coisa que muito boa gente não imagina ou prefere não imaginar que exista:

«A outra responsabilidade – prosseguiu – “é exactamente aquilo que se escreve, porque a criança não refila connosco, não diz ‘não estou de acordo, isso é um disparate, por isto, aquilo ou aqueloutro’. O adulto faz isso. Quando discutimos um livro, ou uma opinião, nós somos capazes de contra-argumentar. A criança, por princípio, é uma esponja e, portanto, ela vai absorver. Por isso, tem de se ter muito cuidado com o que se lhe diz”.»

O Quinas Ganha Nova Casa, título do livro, foi publicado pela editora 7 Dias, 6 Noites. Seria óptimo poder vê-lo no site, nem que fosse só para conhecer a capa. Os excertos mais significativos da entrevista podem ser lidos aqui.

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