terça-feira, 14 de outubro de 2008

A VIDA INTERIOR DAS GÁRGULAS


“During David Wiesner's formative years, the last images he saw before closing his eyes at night were the books, rockets, elephant heads, clocks, and magnifying glasses that decorated the wallpaper of his room. Perhaps it was this decor which awakened his creativity and gave it the dreamlike, imaginative quality so often found in his work.”

Em Tavira, este Verão, passei por A Lura dos Livros, uma livraria de autor que não me importaria de ter ao pé de casa. Na secção de livros para crianças, maioritariamente composta por obras em inglês, encontrei preciosidades raras – algumas, a preço de saldo. De David Wiesner, autor norte-americano por três vezes contemplado com a Caldecott Medal, conhecia apenas Tuesday, evocação de um fenómeno da natureza que acontece quando furacões ou tornados levam coisas ou animais em viagens inesperadas (lembram-se da chuva de sapos em Magnólia? É isso). Night of the Gargoyles mantém as qualidades cinematográficas e pictóricas que distinguem o estilo de Weisner, e o texto com ressonâncias góticas de Eve Bunting assenta-lhe na perfeição. Porque as gárgulas também ficam bem no Jardim Assombrado, aqui fica um excerto desta secretíssima vida interior:

It’s almost morning now
and so the gargoyles fly,
or wingless crawl
up walls
as spiders do.
They take their corners
quietly
and stare
and stare
their empty eyes unblinking
till night comes.

Sem comentários: